segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Primeiros anos

Espera, que eles já vêm à mesa de jantar,
comer, se alimentar do que aqui há.
Eles estão sedentos, precisa de carne,
carne crua, fresca, fraca.
Já dá para sentir o cheiro de suor sujo
aproximando-se,
já se pode ouvir o uivo, cujo
o som vem alternando-se.
As gargalhadas imorais
estão impregnadas nos pelos
e se afundam mais e mais
entre seus dedos.
Calma, querida, eles só querem saciar-se,
só querem tua carne provar
e te mostrar, te ensinar
o que é aliviar-se.
Eles querem teus olhos fechados,
tuas pernas abertas,
teus braços suados,
eles te querem escancarada,
querem se divertir na madrugada.
Então deixa, deixa,
que o mundo tem desses prazeres,
todos esses deveres
de se vender para ter o que comer.
Os primeiros anos são os piores,
depois torna-se costume
essa violência que te consume,
a permissão que te devore.
Agora relaxa, para de chorar,
deixa doer, deixa sangrar

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