segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Perdoavelmente necessário

Se me exagero nas palavras
é para te engrandecer nas imagens,
para te reviver nas milhões de viagens
que me permito,
que me imito.
Exagero também teus meio exageros,
te aperfeiçoo com tuas reais perfeições
para inventa proliferadas afeições
as quais me entrego, pego tuas necessidades
quase vaidades, unicamente verdades de mentira.
Adjetivo tua existência,
substantivo teus desejos mais selvagens,
teus princípios mais animais,
enquanto te apaixonas pelos lados mais humanos
que ainda se escondem sob os panos
de ser.
Ainda te amo enquanto te odeio
através do espelho;
ainda te tenho enquanto te perco
em meio ao caos urbano,
o caos subvertedor;
ainda te faço enquanto te desfaces
em nossas corrupções animais, sem faces.
Eu te desenho nas estrelas,
desloco teus ideais
para que se pareçam com os astros
mais deformados e sinistros,
os astros gigantescos e amedrontantes.
Tu me tens no teu único próprio
de pensar,
me ordenas com teus pedidos imperativos
que me ativam num desligamento
do que é viver,
como ganhar no que é perder,
construir uma queda infinita e inafável,
cair entre as rochas inenarráveis,
se debater nos sentimentos intermináveis.
Tu me queres vestido em teus desejos,
em tuas vontades perpétuas
que perfumam esse relacionamento
e se formam num pensamento
apalpável e inimaginável,
um pensamento inexistente
que persiste em seu querer
existir, cair em nossas mão,
fazer do coração a principal razão
de se ter nada no mar de tudo
em que nos banhamos, nos cantamos
a arte desconhecida e querida,
deferida com nossos gritos incessantes
e constantes.
No nosso riso eu me percebo um estranho em tua percepção sem explicação
e então interfiro qualquer lógica,
capto tuas interferências,
rapto tuas transmissões
para nos instituir tuas visões,
me apreendo enquanto aprendo tuas lições
quase confissões, assassinas
de minhas convicções.
Eu me empurro para onde me puxas,
sussurro ao ralo nossa paixão,
justifico nossas necessidades
por meio de provas absurdas
que formam nossas precisões injustificáveis
e por meio de nossas procissões me perdoas os perdões imperdoáveis

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, critique: