sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O poema que nunca leste

A linha do horizonte não existe mais,
eu me perco defronte a ti,
o mar rasga a realidade
que já nem existe,
a realidade que é triste.
O ar marinho te faz marinha,
o sul te faz o leste,
leste meu, leste europeu.
O leste que te guarda tua manha,
o leste que te tem a Alemanha.

Eu te perdi naquela última manhã,
te fiz de mim a outra parte distante,
lembro-te como qualquer alemã,
imagino um próximo inesquecível instante.

Tu me pões no caminho errado,
me fazes de mim mesmo meu pecado,
então me sigo pela sombra tua,
me deito na rua,
observo cada nuvem nua,
nasço a lua

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