sábado, 24 de dezembro de 2011

Os seis mosqueteiros

Éramos seis,
Seis meninos, seis meninas,
Éramos seis mendigos,
Éramos amigos, éramos o perigo.
Fazíamos de tudo, tudo que podíamos.
Tudo era nosso,
Tínhamos dezesseis,
Tínhamos nós,
Éramos sós,
Dependíamos de ser independentes
Dependendo de cada um.
Fomos, somos,
Sempre continuamos em nós,
Sempre fomos isso, sempre seremos.
Estávamos, estamos e estaremos.
Fomos seis, seis pessoas de bilhões,
Seis corações, recheado de ilusões,
Imaginações.
Sonhadores, amadores, bons no que fazíamos.
Demais, muito bons.
Nós, éramos nós seis no mundo.
Um grupo, um time, uma equipe,
Um bando.
Não tínhamos nomes,
Somente irmãos.
Seis sem nada, buscando algo, algo;
Seis cheios de tudo.
Tínhamos amor, arte e poesia,
Tínhamos dor e alegria,
Tínhamos rimas decoradas, inventadas,
Tínhamos poemas, canções, fala e balões.
Vidas seis, sem vírgulas, não parávamos;
Nossos heróis eram os mesmos – morreram todos de overdose,
De AIDS, ou de cirrose.
Educados, lindos, inteligentes, nós:
Somente o verbo ser, amar.
Amávamos algo – o quê?
Amávamos somente, para viver.
Época nossa, ótima época,
Ainda viva hoje,
Temos dezesseis, temos vinte e seis,
Jovens somente, jovens talvez.
Talvez, tudo talvez, tudo.
A incerteza, a certeza, a dúvida,
A música, a literatura, a pintura,
O cinema, teatro: simplesmente.
Assim vivíamos, assim vivemos.
Já nem sabemos se somos um só,
Corpo único ou diferentes.
Mas somos e é isso o que importa.
Um perdido,
Dois felizes,
Três músicos,
Quatro poetas,
Cinco vivos,
Seis atores,
Seis atores, éramos seis,
Cem companhias, cem vidas,
por esse.
Temos dezesseis,
Fomos vivos,
Seremos atores,
Fomos atores.
Vivemos, sentimos, cantamos:
Lemos, escrevemos, voamos,
Atuamos
(seis atores, seis amores)  

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