Moro nas gaiolas,
busco minhas asas para me aquecer (cortaram-nas).
Esqueci mesmo de voar,
esqueci de viver,
esqueci de ser quem eu deveria ser,
por isso busco, nesses choques cotidianos,
a explicação de tudo que me é inexplicável,
a razão de todos os números irracionais,
os meus números vitais e imortais.
Morro nas gaiolas,
busco minhas asas para voar (arrancaram-nas).
Me esqueci de comemorar,
me esqueci de respirar,
me esqueci de ver o que eu deveria ver,
por isso busco, nos ruídos corriqueiros,
o porquê dos porquês
ou o querer de viver sempre no mesmo ser,
os seres irresistíveis e insensíveis,
os meus seres invisíveis indestrutíveis.
O morro das gaiolas,
é onde eu busco minhas asas (que nunca tive).
Esqueci-me de buscar o que realmente é necessário,
esqueci-me de escapar as minhas armadilhas,
esqueci-me de me buscar
e me perdi,
por isso me confundo com as possibilidades
- o que eu fui, o que eu sou, o que eu serei, o que eu poderia ter sido -,
todos os poderes que eu poderia,
os meu poderes sem deveres e sem dizeres
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