Eu agradeço, me desculpo, peço licença, poucos ouvem, poucos respondem. Ao som da palavra Obrigado há quem forme uma expressão de perplexidade, como se fosse uma palavra de outro idioma, sem tradução. Caminho entre a indiferença de cada pessoa, entre os pensamentos ambulantes e aprisionados no desejo de acontecer. Eu vivo entre a fronteira de ser e fazer. Mas há uma fúria inebriante em mim, causada pelo patético dos ébrios que mal sabem o que são, causada pela ignorância quase disfarçada de cada olhar transeunte. Eu sinto náuseas, e não é somente a fumaça estrada descarregada pelos automóveis, mas também a respiração pesada e sem vida de todos os cidadãos ao meu redor que me causa essa sensação de tontura infinita.
A buzina buzina, me perturba, me enche dum vazio que não entendo. O grito grita dentro de mim como se fosse eu mesmo quem gritasse. Eu tento ignorar tudo isso, mas esse seria o erro fatal. É esse o mesmo erro tão perfunctório dos parasitas mais desnecessários.
E o cheiro cotidiano é a única coisa que posso guardar em mim para depois de todo depois, então eu guardo e continuo.
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