Algo que não entendo,
sempre o mesmo algo,
a mesma coisa sempre.
Eu ainda insisto em entendê-la só pelo prazer de sofrer,
ainda insisto em tentar saber só pelo prazer de não morrer.
Eu ainda tento as mesmas coisas diariamente,
e busco respostas, causas inconsequentes.
Eu busco uma nova busca,
para me machucar, me ferir, me arranhar
com todo tipo de coisa,
todo tipo de ferimento como lembrança de cada tormento,
semântica de cada pensamento irracional e reacional.
A reação das substâncias infectas,
a reação dos fatos inexatos relatados pelos olhos fatigados,
cansados de tanto horror, pesados com tanta sujeira
que carrego e carregarei pela vida inteira.
Por fim, enfim, no fim de tudo vem um fim sem fim,
algo que em mim faz todo sentido
mas não resume ou explica qualquer coisa.
Algo que só atrapalha, só confunde e retarda todas as ideias pretensiosas
(cheias da ânsia de acontecer, mas que nunca existiram)
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