Traduzir teu ser é a principal razão do meu viver,
a principal diversão que eu posso ter.
Mas não consigo ver, vir ao teu corpo,
convir com teus atos,
dizer-te que minto,
condizer com o que sinto.
Me embriago com tuas palavras, me perco dentro desta cúpula de verniz,
enquanto mordo-te o nariz
engulo teu dom de atriz
e domina-me com cada letra que diz
- com o que sempre desejaste
(com o renovador desastre,
a sensação com que ficaste
e sem mim mesmo me deixaste).
Na minha ânsia de amar estrangulei a necessidade de te falar
e me estraguei em tua vaidade de cantar,
me renovei em nossas lágrimas de mar.
Nos óleos corporais, afoguei os olhos mortais
nas eternas orações vitais - as estruturas do amor demais.
E construímos nossa moral sob o infinito coral,
guardião do mal, açucarado de sal,
desmascarado e imortal - base leal de nossa paixão letal
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