minha única consolação desta vida, deste coração.
Tu és minha poesia infinita, a materialização das rimas mal articuladas,
a justaposição dos versos desafinados a que me entrego e renego,
és o novo antigo que me admira e me faz tentar ser tanto quanto nunca poderei ser,
me faz conquistar uma fortuna imaginária de substantivos nossos,
substantivos que regam os adjetivos-raízes de nossa paixão.
Teu corpo forte e denso é a poesia imagética que me atrai para essa beleza magnética,
me leva àquele outro lugar em que me refugio na sensação de te ter,
de poder te querer, poder te amar livremente e inconsequentemente.
Teus músculos esculpidos pela arte mais celestial me chamam
para te amar com toda força possível - leal e vital.
Te peço que me abrace e me beije desesperadamente,
te peço que me consuma na mais verdadeira paixão carnal,
em nosso único particular e plural carnaval.
Te consumo também em minha imaginação, fisicamente,
como se fosses o único produto que encontro e que vejo,
me entrego subitamente a esse amor,
te sirvo como uma súdita, uma escrava da vida, serva do amor necessário
- o amor mortal no qual espero me sufocar e morrer,
o amor que espero em um outro eu nascer
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