Ele era filho de Maria, que havia se casado com João, que a deixou quando soube que ela estava grávida, mas não havia motivos até por quê se ele casou-se com ela, era por quê ele queria ter uma vida junto a ela, terem filhos e viverem “felizes para sempre”. Mas não foi isso que aconteceu.Ele a deixou sozinha no mundo. Dizem que já tinha caso com uma tal de Tereza, e quando soube da existência de um filho, fugiu com ela.
O garoto sem pai chamava-se Obrigado, isso mesmo Obrigado. Não se sabe o porquê da mãe por o nome de um filho de Obrigado, talvez fosse para que o filho nunca se esquecesse de ser gentil e educado, para que sempre agradecesse a um favor. Até por quê o pai não era nem um pouco educado, se fosse não teria deixado a mulher sozinha no mundo com seu filho.
Ele sempre era muito discriminado na escola pelos amigos por causa do nome, eles sempre agradeciam falando muito alto, como se estivessem chamando-o, e ele sempre atendia o chamado, em vão, mas mesmo assim ele gostava de seus amigos ficarem chamando-o o tempo todo. Ele achava legal ficar escutando seu nome em tudo que era canto daquela cidadezinha de interior.
Obrigado cresceu. Sua mãe sempre quis que ele fizesse faculdade, apesar de que o sonho de Obrigado era ser dono de um bar.Mas mesmo assim, Obrigado fez faculdade, e como não havia universidade em sua cidade natal, ele viajou para capital, que era cidade grande, para poder fazer a sua faculdade. Na capital, como era cidade grande, todas as pessoas não se conheciam, e não eram tão educadas como na cidadezinha do interior, por isso eram raras as vezes que se escutava a pessoas dizerem seu nome. Mas foi lá onde ele conheceu uma mulher, pela qual ele se apaixonou.
Ao acabar a sua faculdade, Obrigado voltou a sua cidade natal, e foi lá onde se casou com Comlicença, a mulher que havia conhecido na capital. E foi por lá que ele continuou vivendo sua vida com sua mulher, ganhava a vida como dono de um barzinho. Ele às vezes esquecia-se de que seu nome era Obrigado.As pessoas o chamavam: “Obrigado!”, e ele respondia: “Não há de que”.
O casal “educado” , como era chamado na cidade, teve um filho, como não podia ser diferente, deram-lhe o nome de Por favor. As pessoas ao passarem pela família falavam: “Com Licença, por favor, Obrigado”.
Obrigado continua vivendo na cidadezinha com sua mulher e seu filho, cuidando do barzinho que cresceu, virou bar restaurante. E vive com o sorriso na cara, feliz da vida, até mesmo na hora das dificuldades.
E é essa a história da vida do Homem que se chamava Obrigado.
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