sábado, 25 de junho de 2011

Meu nadar

Eu estou nadando no meio do oceano. Contra as ondas, estou nadando, tentando esquecer tudo, esquecer que todos me esqueceram . Fugir de mim, de todas as mentiras em que me prenderam e fizeram acreditar.
Tenho que esquecer da morte. Esquecer a morte de minha mãe. Ai, Deus! Tenho que esquecer, perdi meu emprego. Tenho que esquecer aquela, ela que amo. Esquecer, tenho que esquecer o ontem onde estive triste. Tenho que esquecer, esquecer de perder.
Vou tirar de mim o vazio, tirar do que está cheio. Vou tirar a dor, por um pouco de amor.Vou tirar o maldito dinheiro – que me engoliu por inteiro. Mas meus braços doem, os murros que dou nas ondas de nada servem. Os murros são só sussurros.
E como odeio.
Como odeio os seres humanos, nojentos, patéticos, insuportavelmente horrorosos e cruéis, odeio ser um deles. Mas ainda sinto felicidade e tristeza, ainda quero beleza.
Por que não sai da minha cabeça que poderia ter outro caminho? Por que não escutei? O que eu fiz?
Estou arrependido, completamente arrependido.
Ainda penso e sinto.
E eu sou feliz, eu sou feliz.
EU SOU FELIZ!
Mas é claro, por que não? Sim, sim.
É melhor eu para de pensar um pouco e me concentrar em nadar.



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