Eu me perdi em meus papéis,
me criei em meus pensamentos infiéis.
Perdi meus cadernos de poesia
em algum outro antigo dia.
Eu me afoguei nas palavras,
me morri nos verbos invariáveis,
me comi as minhas larvas,
me banhei com minhas lágrimas descartáveis
e me tornei a outra parte sem arte e sem sentimento,
a parte que não tem coração,
a parte que se consome na própria sensação de ser sem viver.
Eu me tornei a outra parte irreconhecível,
te lancei as piores mágoas como um míssil,
te encarnei as minhas piores dores
e te desfiz todos os amores
num outro amor
que sempre foi apenas dor
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