Na noite de trevas que me envolve,
noite a que me entrego,
a noite obscura que me anoitece e tece a madrugada
partida e encolhida, a madrugada sem vida em que vivo,
me crio num rio de tempo atemporal, floral sem qualquer radical,
sem nada de maternal ou paternal,
o rio quase lamaçal nesse lamaçal de nosso pantanal.
E então que surge o sentimento virginal e matinal
sob o sol, sob luz que me induz
a um outro calor sem amor, calor que me arde na infinita tarde,
sem nexo, do plexo que me sustenta as veias de viver em teus nervos de ser.
E continuo na caminhada à noite, no ciclo, no vício, no dia,
a poesia, quase alegria, sem motivo, sem tempo,
determinada com tormentos
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